25 de abril em Valência 🌹


Nos dias 25 e 26 de abril de 2024, estive em Valência como poeta

Pela primeira vez, fui formalmente convidada e paga (!) para exercer o que vim ao mundo para exercer: - a minha poesia. Não poderia ser mais significativo isto acontecer num ano em que, mais do que nunca, me coloco num lugar de valorização pessoal tal que só aceito o que estiver à minha altura e fundura. E não falo em termos de ego e/ou personalidade, pois não vejo a poesia como um estatuto que me dá mais ou menos vantagens ou privilégios, porque, sejamos francos, se o meu ego e a minha conta bancária pudessem escolher, com certeza não escolheriam, neste mundo, vir/ser poeta. 

Pois bem, pela primeira vez, recebo um convite que me valoriza em todas as frentes:

- Descobriram, por acaso, na Internet, a minha poesia, gostaram e endereçaram-me um convite;

- Foram diretos, transparentes e profissionais, comunicando os moldes da minha participação:

- Transmitiram-me que, além de me serem pagas as viagens e o alojamento, eu receberia pelo meu trabalho;

Tudo isto sem me conhecerem pessoalmente, ou seja, tudo isto aconteceu porque gostaram da minha poesia, da minha obra!

Pela primeira vez, senti que a Obra se impôs ao autor, neste caso, à autora. Que fui representar a minha obra ou que foi a minha obra a representar-me; a abrir caminho, a levar-me a Valência para o espanto - até - da minha alma (ou melhor, do meu ego)!

Com tudo isto, quero dizer para nunca desistirem dos vossos sonhos. E com “sonhos” quero dizer a vossa REALIDADE. Porque eu não sonhei ser poeta, eu NASCI POETA. É um estado iniciático, orgânico, essencial, de dentro para fora. A poesia é o meio que uso para me mover no mundo. Mesmo nos dias em que de nada poético parecem ter/ser os meus dias. A poesia está para além das dualidades. Não contempla apenas as partes, contempla o todo de que todos somos/fazemos parte.

O que nós somos não é negociável no que à alma diz respeito. Mais cedo ou mais tarde, a vida nos fará justiça em altura e fundura. Mesmo que, aparentemente, seja tudo vivido e sentido dentro de nós, o fora virá refletir o que há muito, dentro, era já a nossa realidade.

Eu sou a prova viva que, mais cedo ou mais tarde, a Vida Espelha a Obra, e esta, com voz própria, ecoará para além de mim. 

“Empresta-te à vida tal como ela se empresta a ti.”

S.


Segue-se o álbum destes 2 dias intensos e bem vividos...


DIA 25 DE ABRIL (QUINTA)


No aeroporto do Porto na manhã do 25 de abril a preparar-me para embarcar para Valência.



Na chegada a Valência, apanhei o metro para o centro.



Fachada da Escola Oficial d'Idiomes València-Saïdia...


... onde iria decorrer o meu primeiro (de dois) evento poético. Este evento na EOI deveu-se ao convite do professor Christian Porcar, a quem agradeço.


Mas, antes, fui desafiada pelas professoras de português da Escola - Marta, Laura e Ana - a juntar-me a elas e a toda a comunidade escolar numa manifestação nas ruas como forma de reinvindicar por melhores condições de trabalho e remuneração. (Ver aqui)


Assim, de cravo em punho, lá me juntei àquele coletivo de vozes entoando os seus direitos, personificando o Espírito de Abril.



Regressamos à Escola e demos início ao evento. Primeiramente, contámos com o testemunho do estudante de português Gabriel Abascal, que partilhou com a audiência como foi experienciar, na primeira pessoa, à sua época, o 25 de Abril.


Partilhei a minha obra e a minha história.


E, com a poesia como canal de comunicação, encorajei a audiência composta e muito atenta a participar nas dinâmicas lendo poemas.


Um dos alunos mais entusiasmados teve a amabilidade de escrever um poema - em valenciano - especificamente para aquele dia e ainda mo dedicou.


Um registo, já no final, com parte da audiência, como forma de recordar aquela tarde tão especial <3 Muito grata a todos!




À noite desse dia, fui jantar com a professora Marta - a quem agradeço o convite! - uma refeição vegan ao restaurante Alma Libre. A comida estava verdadeiramente deliciosa!!



26 DE ABRIL (SEXTA)


Quanto ao alojamento, fiquei muito bem instalada no Colegio Colegio Mayor Rector Peset da Universidade de Valência.


Esta era a vista do meu quarto, em pleno centro histórico de Valência.



 Antes de ir para o meu segundo evento poético, aproveitei para passar pela Feira do Livro de Valência, nos Jardines del Real (Viveros), que iniciou precisamente dia 25 de abril e se prolongaria até 5 de maio.



Entretanto, dirigi-me a pé para a Faculdade de Filologia, Tradução e Comunicação da Universidade de Valência, onde iria decorrer o recital poético abaixo:



A convite das professoras do departamento de Português, Manuela Neto e Rosa Álvarez, tive a felicidade de partilhar a minha poesia com os alunos que estavam a aprender os níveis iniciais da língua, assim como alguma da literatura portuguesa. A elas muito agradeço a gentileza e generosidade!


Comecei a minha intervenção por mostrar um vídeo-poema e falar do meu percurso pessoal, poético e profissional.


Houve tempo para tudo, para perguntar aos estudantes o porquê de estarem a estudar Português, o que gostariam de seguir futuramente a nível profissional, e até para falar sobre Astrologia...


Por se estar a celebrar o 25 de abril, aproveitamos para colocar a icónica "Grândola Vila Morena". Cantamo-la em conjunto.


Os poemas que foram distribuídos pela audiência.


E o evento terminou com a habitual foto de grupo (com parte do grupo).
Obrigada a todos! <3



Depois do evento, como já tinha poucas horas em Valência, passei pelas praias e zona portuária e dei um último passeio pela cidade.



À noite, fui com a professora Rosa jantar a um bar típico. Comemos umas tapas e, por sugestão da Rosa, experimentei a célebre "Água de Valência", um cocktail feito à base de cava ou champanhe, sumo de laranja, vodka e gin. Adorei!


E, como dali a umas horas já estaria de regresso a Portugal, fomos dançar e terminar em grande aqueles dois dias de muita partilha, alegria e gratidão que vivi em Valência.

¡Gracias por tanto y hasta pronto, Valencia!

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